Seleção Brasileira

STJ nega recurso de Ednaldo Rodrigues para voltar à CBF

TJ-RJ destituiu o presidente do cargo na última quinta-feira, 7, por três votos a zero

Por Pedro P. Lima
Publicado em 13/12/23 às 20:49h. | Última atualização em 13/12/23 às 20:52


* Texto: Pedro Sakamoto e Pedro P. Lima


(Foto: Divulgação / CBF)

O STJ, Supremo Tribunal de Justiça, negou o recurso de Ednaldo Rodrigues na manhã desta quarta-feira, 13, contra a decisão que o destituiu do cargo de presidente da CBF.

Maria Thereza de Assis Moura, atual presidente do STJ, não concedeu o recurso a Ednaldo, mantendo assim seu afastamento da CBF. O interventor selecionado pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), José Perdiz, presidente licenciado do STJD, tem até 30 dias úteis para organizar uma eleição para o cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

Ednaldo Rodrigues ainda pode, e provavelmente vai recorrer em outras instâncias, porém até ter um resultado positivo para o dirigente, ele segue afastado do cargo de presidente.

Mesmo com ainda muitas discussões judiciais para ocorrer, segundo Martin Fernandez e Raphael Zarko, do GE, já existem movimentos que farão com que tenha mais de uma chapa para concorrer às eleições da CBF, algo que não acontece desde 1989, quando Ricardo Teixeira venceu Nabi Abi Chedid, então vice-presidente.

Em reunião feita nesta terça-feira na CBF, Ednaldo se reuniu com os presidentes de sete federações: Reinaldo Carneiro (SP), Antônio Américo (MA), Ricardo Lima (BA), Gustavo Vieira (ES), Roberto Góes (AP), Ricardo Gluck (PA) e Hélio Filho (PR).

Destaque para Reinaldo Carneiro, presidente da Federação Paulista de Futebol, que além de ser o principal aliado de Ednaldo no momento, é também o preferido de José Perdiz para o cargo de diretor de seleções.

Nas oposição de Ednaldo, vários representantes estão se reunindo para montar as chapas, nomes como Fernando Sarney, que foi um dos vice-presidentes que se indispuseram com o ex-presidente , Gustavo Feijó, ex-vice presidente da CBF e desafeto declarado de Ednaldo e Flávio Zveiter, ex-presidente do STJD e ex-vice presidente de Desenvolvimento de Projetos da CBF, mas que teve um desgaste com o gestor.

Para ser um candidato elegível, é necessário ter apoio de no mínimo de oito federações filiadas à CBF e ao menos cinco clubes da série A ou B do ano da eleição. Os pesos dos votos seguirão o regulamento de 2017, anterior ao TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado por Ednaldo. Neste regulamento, os votos das federações terão peso 3, enquanto os clubes da série A terão voto peso 2 e os clubes da série B, peso 1.

O que levou à destituição:

  • Em 2017, o Ministério Público do Rio de Janeiro, considerou que o processo eleitoral da CBF feria a Lei Pelé. Naquele momento, Marco Polo del Nero presidia a entidade, e uma Assembleia Geral alterou as regras para as eleições. No novo formato, só as federações foram ouvidas, o que, para a justiça, gerou um desequilíbrio.
  • Sob essas regras eleitorais, Rogério Caboclo foi eleito para um mandato de quatro anos que se iniciou em abril de 2019. Em julho de 2021, quando o então presidente estava afastado do cargo sob denúncias de assédio, a Justiça do Rio de Janeiro anulou sua eleição e decretou uma intervenção na CBF. Mas esta decisão foi anulada pelo TJ-RJ dias depois.
  • Em agosto do mesmo ano, os vice-presidentes da CBF nomearam Ednaldo Rodrigues como interino até o fim do mandato de Caboclo em abril de 2023.
  • Em março de 2022, Ednaldo assinou um TAC, junto ao MP-RJ, que estabelecia novas regras eleitorais e extinguiria a ação que chegou a resultar em uma intervenção na CBF. Sob estas novas regras, ele se elegeu presidente da CBF como candidato único para um mandato de quatro anos. 
  • Na última quinta-feira, 7, a justiça anulou a eleição de Ednaldo Rodrigues, sob a alegação de que Ednaldo não poderia assinar o TAC por ser presidente interino e poder se beneficiar do acordo para se candidatar em seguida. Além de que o Ministério Público não poderia interferir nas eleições de uma empresa privada como a CBF.

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